quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Historia do Casamento




Historia do Casamento

A união e a família fazem parte de uma realidade social, construída junto com a evolução da humanidade. Durante séculos, as pessoas passavam por rituais de corte, com um parceiro, e então partiam diretamente para casamentos que deveriam ser para toda a vida.

Uma união que pretendia a procriação, passou também por questões ligadas ao valor da propriedade, à conquista das terras e aos acordos políticos entre a nobreza.

O casamento era essencialmente um ato de aquisição: o noivo "adquiria" a noiva, a transação era selada por meio do pagamento de uma moeda de ouro ou prata.

Na maioria das vezes, o casamento era arranjado pelos pais do casal, transformando-se numa união forçada, prevalecendo a dominação do homem sobre a mulher. ,

A escolha dos padrinhos para o casamento estabelecia uma situação de compadres socialmente reconhecida, hoje só os amigos mais próximos e, eu sempre indico para que na hora do vídeo os noivos coloquem legenda e os nomes dos padrinhos, que por incrível que pareça, alguns casais não lembram 10 anos depois de casados.

Historicamente, o papel do casamento como eixo da estabilidade social era mais importante do que o amor entre os casais.

As funções do casamento voltavam-se para a criação dos filhos, a transmissão de valores, servindo como núcleo econômico e organizador das tarefas diárias da vida. No passado, um jovem casal que iniciava uma vida a dois tinha maior suporte emocional e logístico, pois contava com o apoio de figuras da família (antes numerosas). Os casais de hoje estão remando num bote sozinhos, trabalham fora e a criação dos filhos tornou-se mais complexa.

Mesmo assim, o casamento tradicional sobreviveu à chegada do novo milênio.

A cerimônia do casamento constitui um acontecimento expressivo, uma passagem espiritual muito forte, além do significado religioso, a festa formaliza o amor e o respeito mútuos entre duas pessoas.

O noivado
Um dos momentos mais emocionantes da vida de uma mulher é quando ela recebe um anel de noivado, simbolizando um compromisso com o futuro do casal.

Na sua forma original, uma lei do final do século VIII fazia da bênção nupcial o passo necessário para a celebração do casamento; mesmo assim, o noivado possuía uma grande importância comparável à do casamento.

A influência da herança patriarcal - dominada por valores de posse e dotes - encontrou uma solução para as famílias apressadas: a realização de um contrato entre meninas de doze anos e meninos de quatorze, fixando uma data, o montante do dote e, eventualmente, uma multa por rescisão. Com o passar do tempo, os casais foram sendo formadosà revelia das famílias, identificados por interesses comuns, freqüência a lugares e muita atração física.

Um sacramento
O amor espiritual, independente do sangue e da carne, começou na terra com o Cristo, vinculando seres humanos com fortes relações de fraternidade, como resultado do Cristianismo. Durante a Idade Média, a Igreja institucionalizou o matrimônio como um ato público, trazendo a celebração para o interior do templo e regulando os contratos. A Igreja inseriu Cristo na família, incluindo, no ritual, o consentimento dado pelos noivos por meio do SIM, bem como a bênção nupcial.

O casamento, além de familiar, patrimonial e econômico, passou a ser um sacramento, valorizando também a condição feminina.

Religião e sociedade
O casamento entre um homem e uma mulher existe desde a Antigüidade; como prática social tornou-se um ato público, refletindo a sociedade que o fundou.

Cada religião possui um ritual no tocante à formalidades do casamento, dependendo de práticas que são determinadas pelos líderes.

Os costumes do casamento variam de uma cultura para outra, e do comportamento dos noivos, mas, sua importância institucional é de conhecimento universal. Atualmente, existem três regimes de comunhão e diferentes formas, inclusive através de um contrato, uma Escritura pública que formaliza a união.

Todas as religiões são legalmente válidas, porque Deus é um só, mais existem caminhos diversos para chegar a ele.

A festa de casamento envolve as famílias e revigora a convivência, nestes dias conturbados que vivemos.

CASAMENTO CRISTÃO
As Bodas, nos dias de hoje, acontecem por livre e espontânea vontade de constituir uma célula numa comunidade de amor e felicidade.

Assim, a pergunta de grande repercussão em nossa sociedade: É de livre e espontânea vontade que o fazeis ?

As festas preenchem as nossas almas: a união de Deus com os homens associa-se à vinda de Jesus Cristo a uma festa de casamento.

A esta festa, convidam-se todos os amigos próximos, familiares e pessoas que fazem parte da vida do casal, para presenciarem o recebimento da bênção nupcial e do Sacramento. O primeiro milagre de Jesus aconteceu nas Bodas de Caná da Galiléia.

CASAMENTO JUDAICO
Os judeus seguem os princípios e as regras do Livro Sagrado de Talmud, com base nos comentários do Torá. O ritual acontece de forma diferente para ortodoxos e conservadores; porém, não se casam aos sábados ou em festas religiosas. Não precisa ser realizado na Sinagoga.

A celebração do casamento judaico de hoje é a justaposição de duas cerimônias diferentes que eram antigamente celebradas.

Sugiro a leitura do capítulo sobre Casamento do livro “Os Porquês do Judaísmo”, do Rabino Henry I. Sobe.

Curiosidades da união judaica
Os noivos bebem da mesma taça de vinho e o noivo esmaga um copo com o pé, enquanto os convidados desejam felicidades

Uma das interpretações é que a quebra do copo simboliza um rompimento com a vida passada dos noivos.

O casal ingressa no casamento sem quaisquer sentimentos de culpa que poderiam prejudicar seu relacionamento.

A noiva usa um véu durante a cerimônia

A tradição tem origem na história de Rebeca que se cobriu com um véu, quando viu e aproximou-se do futuro marido, Isaac. (Gênesis 24:65)

A origem da Chupá

Um belo costume nos tempos antigos era plantar um pinheiro quando nascia uma menina, e um cedro quando nascia um menino. Quando eles se casavam, fazia-se a chupá entrelaçando os galhos dessas duas árvores. Era símbolo de dois seres que cresceram separadamente e, pelo casamento, unem-se num só.

CASAMENTO ORTODOXO
Os ortodoxos são membros de um ramo do Cristianismo que se separou da Igreja Católica, em 1054 e não sofreu influência ocidental. Ortodoxo significa"conforme a doutrina definida", um ato lento e demorado, envolvendo um rito bizantino, uma linda cerimônia celebrada na língua escolhida, em português, grego, árabe, russo, romeno, etc.

O casamento dos padres é aceito; apenas os bispos mantêm o celibato. A Igreja Ortodoxa não se opõe ao casamento de pessoas de outras religiões, ou de divorciados.

CASAMENTO EVANGÉLICO/PROTESTANTE
Após marcada a cerimônia com certa antecedência, os noivos devem marcar uma conversa com o pastor; tem a mesma intenção do curso de noivos ministrado pela Igreja Católica. Os templos evangélicos apresentam cerimônias com hinos, orações, leituras, troca de votos de felicidades e alianças.

Algumas Igrejas realizam o casamento entre desquitados ou divorciados, embora de uma maneira geral, a exigência é que os noivos sejam solteiros ou viúvos.

CASAMENTO ANGLICANO
A Igreja Anglicana chegou ao Brasil, em duas etapas, no século XIX: com imigrantes ingleses que aqui se estabeleceram, a partir de 1810 e do trabalho dos missionários norte-americanos desde 1889; buscou equilibrar a tradição católica com as influências benéficas da Reforma Protestante.

Celebra o matrimônio de acordo com as leis do país e desde que um dos cônjuges seja batizado. Os divorciados podem casar-se novamente, cumpridas as determinações canônicas da Igreja.

Casamento Civil
Casar é um ato de amor; na hora de formalizar esse amor, será preciso pensar com mais razão do que emoção.

Antes do casamento civil, faz-se necessário escolher o tipo de união legal, Comunhão Parcial de Bens, Separação de Bens, Comunhão de Bens e inclusive, mediante um contrato, uma escritura pública que formaliza a união.

Após a Lei do Divórcio, torna-se imprescindível estabelecer um contrato entre os noivos, deixando claras as bases deste casamento.

Desde 1996, existe uma lei, permitindo a realização de um casamento na forma de um contrato, entre um homem e uma mulher.

Um casamento necessita de base financeira sólida para sua continuidade.

Conhecer o modo de seu parceiro lidar com o dinheiro: um jovem casal de estudantes deve, portanto, prever despesas futuras. Um casal maduro, mais preparado para o casamento, tem condições de assumir as responsabilidades financeiras.

Casais mais velhos, ou segundo casamento, devem observar seriamente a necessidade de um acordo pré-nupcial.

Indivíduos, profissionais liberais, empresários, na hora de se casarem, esquecem que essa condição implica nova visão econômica da sociedade.

Uma mulher casada, necessitando de um empréstimo para ascenção de sua empresa, não obterá sucesso, caso o parceiro tenha problemas no seu CPF.

Esse assunto delicado requer um tratamento com diplomacia por parte do casal. Um casal normalmente se une, definindo apenas o regime; porém, é aconselhável que os detalhes sejam formalizados por um advogado.

No judaísmo, a Ketubá é o contrato de casamento judaico, instituído há mais de dois milênios, e originalmente escrito em aramaico. Embora fizesse referência ao dote da noiva e aos direitos de propriedade do marido, o documento garantia, também, os direitos da mulher e continha cláusulas para protegê-la, em caso de divórcio, ou morte do marido.

Quanto à documentação, na Igreja, o processo deve ser iniciado com pelo menos 3 meses de antecedência, normalmente na paróquia de domicílio dos noivos (ou dos padrinhos, ou do melhor amigo, etc.). Existem alguns documentos exigidos encontrados na secretaria da Igreja.

Documentação
Na Igreja, o processo deve ser iniciado com pelo menos três meses de antecedência, normalmente na paróquia de domicílio dos noivos ( ou dos padrinhos, ou do melhor amigo, etc.). Existem alguns documentos exigidos: carteira de identidade, CIC, certidão de nascimento e comparecer ao Cartório de Registro Civil, quarenta dias antes da data do casamento.

A escolha de dois amigos maiores de vinte e um anos, com CIC e RG, para testemunhas. Se forem menores de vinte e um anos e maiores de dezeseis anos, deverão ser assistidos pelos pais, com RG e CIC; se forem menores de dezeseis anos, somente com autorização judicial, para que se possa efetuar o casamento. Após decidir o local da cerimônia: no cartório, buffet, Igreja, ou em sua própria casa. Pela locomoção do juiz de paz, o custo é tabelado.

A ESCOLHA DO DIA DO CASAMENTO
Casar numa Igreja badalada significa agendar a data com um ano e oito meses de antecedência ( às sextas, aos sábados e às segundas) - dias sempre lotados. Descontando-se feriados restam apenas 48 sextas-feiras e sábados propícios para casamentos.

Escolhem o mês de maio no Brasil - um país católico, porque é conhecido como o mês da Maria, " Mãe de Jesus Cristo" . Já na Europa, decidem pelo mês , por ser primavera, tempo das flores, de vida nova, emprestando um ar romântico à cerimônia. A escolha do mês de setembro pelos brasileiros assemelha-se à opção dos europeus por maio. O mês de julho não é ideal par festas de casamento por constituir uma época de férias. Alguns noivos fazem a escolha do mês de casamento em função do mês que se conheceram, do marco no relacionamento de ambos.

O calendário hebraico baseia-se no ciclo lunar. Celebram-se casamentos na primeira quinzena do mês, prenúncio de prosperidade e fertilidade, simbolizando que o marido e mulher cresça. De qualquer forma, a escolha de um determinado mês para se casar está associada a coincidências.

A astrologia associa as fases da Lua aos processos emocionais do ser humano e suas atividades. A Lua atravessa os 12 signos, em 28 dias, passando por 4 fases: Nova, Crescente, Cheia e Minguante, influenciando no cultivo das plantas, na alteração das marés, na pesca e, porque não no dia-a-dia das pessoas.

Toda a vida está ligada: a Terra, a Lua, as estrelas, os outros planetas e sistemas solares contidos no todo. A vida gira em torno de ciclos, e os ciclos dentro de ciclos.

Há ciclos grandes, como o da vida, morte e renascimento, e ciclos menores: dia e noite, as quatro estações do ano ( que dependem da parte do mundo em que vivemos), ciclos semanais, ciclos da Lua, ciclos menstruais para a mulher, e muito mais.

Segundo os historiadores, a história do casamento remonta à Roma antiga, quando teria surgido a cerimônia religiosa com a presença da noiva, vestida especialmente para a ocasião, com destaque para as flores brancas e espinhos presos ao cabelo.

As flores representariam a felicidade e a vida longa e os espinhos afastariam os maus espíritos. Mais tarde foi acrescentado o véu, em referência à deusa greco-romana Vesta, protetora do lar, simbolizando a honestidade e a virgindade, virtudes imprescindíveis para uma boa prole e a continuação do “sangue”, segundo os costumes da época.

Foram os romanos também a criar um “direito do casamento”, instituindo a monogamia. Na idade média as mulheres perderam o direito de escolher seus maridos e isso ficou sendo uma decisão das famílias, que reservavam as meninas desde muito cedo para determinado parceiro.

O noivado ganhou muita importância, com a troca de alianças entre as famílias comprometidas mutuamente – e financeiramente – através do compromisso dos noivos. Nesta época o vermelho virou a cor preferida, simbolizando o sangue novo da nova família. Surgiram as celebrações suntuosas, tendo a rainha Vitória, na Inglaterra, usado o primeiro vestido de noiva tal como conhecemos hoje em dia. Ela também teria inaugurado o “casamento por amor”, o sentimento básico que deveria unir um homem e uma mulher.

A história do casamento é a história da reprodução da vida, sendo que a ele estiveram associados ritos e significados que expressavam esta preocupação: a pureza e a fidelidade, a família e a reprodução, a bênção e as oferendas, a descendência e a virgindade, o amor e o companheirismo. Alguns ritos religiosos mantém ainda hoje esta forte simbologia do casamento em relação à preservação da vida, principalmente entre as culturas indígenas.

A festa do casamento entre os camponeses brasileiros era também revestida deste sentido, muito ligado à vida da terra e das sementes: envolvia toda a comunidade que se empenhava nos preparativos, na arrumação da casa para os noivos, plantio de sementes para que o novo casal já começasse com uma boa horta ou até uma pequena lavoura, além de casais de animais e galináceos.

Muitos parentes viajavam longos dias e traziam sementes, ovos, raízes e animais como presente ao novo casal e também para trocar com os outros convidados. Era uma grande festa de troca de sementes de animais e vegetais, durando vários dias.

Festa das sementes dos noivos que se encontram para reproduzir a vida. Festa da seleção dos melhores grãos, trazidos com orgulho para a troca ou a oferenda aos noivos, resultado das colheitas nas terras longínquas. Festa também do aperfeiçoamento genético dos animais, os melhores deles escolhidos como donativo.

O casamento é o ritual das sementes. Por isso, é o ritual do amor. Semente é amor. Amor que não é propriedade, mas partilha; que implica cuidado, respeito, dedicação; que necessita experiência, contato, conhecimento. Fruto do amor, a semente possui um valor sagrado e como tal, não pode ser apropriada ou mercantilizada.

A semente é resultado das relações de amor entre os agricultores e agricultoras com a terra e um patrimônio deixado pelos antepassados para as gerações futuras. Trata-se de um casamento indissolúvel, mediado pela sacralidade, ligado à garantia da identidade e da autonomia de nossos povos em seu processo evolutivo, garantindo a manutenção da biodiversidade animal e vegetal, resultado do meio ambiente onde nascem, crescem e frutificam as sementes.

Se o casamento antigo era a festa da disseminação das sementes, da renovação dos acervos comunitários e da garantia da biodiversidade, festa da obtenção, da guarda e da reprodução da vida, ele confirma para hoje a necessidade de potencializar o intercâmbio das sementes e das informações de cultivo, como forma de garantir que as multinacionais de engenharia genética não se apropriem deste patrimônio da humanidade, acumulado em mais de 12 mil anos de história.

Deturpando valores e conspurcando a vida desde suas entranhas, a moderna tecnologia abre mão dos princípios éticos em função do lucro e do mercado, colocando a vida em perigo. Congênitas, híbridas, sintéticas ou transgênicas, as sementes vêm sendo apropriadas por empresas apátridas nada preocupadas com as conseqüências sociais, ambientais ou culturais de suas “descobertas”.

Cabe aos agricultores e agricultoras e aos movimentos sociais continuar festejando o casamento das sementes e garantindo a aquisição, acervo e reprodução da vida.

Fonte: www.cpt.org.br
Fonte: absoluta.com.br

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